Anote.
Essa foi a instrução no final do primeiro capítulo do livro que eu estava lendo. O capítulo estava cheio de ideias e possibilidades. Tanto que minha cabeça girava com diversas imagens e opções.
Mas quando li essas palavras, encorajando-me a dedicar um pouco de tempo para registrar meus pensamentos e descobertas, descartei-as. Não há necessidade de fazer isso, pensei. Vou resolver tudo na minha cabeça.
Você pode adivinhar o que aconteceu. Ainda é, dias depois, uma massa de ideias giratórias. Mas o redemoinho não é tão grande, pois, infelizmente, algumas das ideias voaram. O resto ainda é uma nuvem nebulosa de pensamento. Nada organizado. Nada de concreto. Nada tangível.
Há algo de útil em registrar seus pensamentos e descobertas. Colocá-los no papel de alguma forma os torna mais tangíveis.
Registrar o que você aprendeu ajuda você a
- desacelerar e observar ainda mais,
- trabalhar os conceitos até que você possa colocá-los satisfatoriamente em suas próprias palavras,
- lembrar-se do que você leu ou viu,
- descobrir mais relações com outras ideias.
Registrar suas descobertas é outra ferramenta útil para a autoeducação.
Ferramenta nº 4: registre suas descobertas
Charlotte Mason forneceu muitas oportunidades para seus alunos registrarem suas descobertas e observações. Todas estas ferramentas podem ser úteis para um aluno de qualquer idade:
- Cadernos de redação — para coletar suas narrações, transcrições, ditados e descobertas gramaticais;
- Um livro de citações — para destacar citações e passagens favoritas da literatura que leram;
- Um Livro dos Séculos — para criar uma linha do tempo pessoal e ajudá-los a formar relações entre pessoas e eventos históricos;
- Cadernos da natureza — para mostrar suas observações sobre a natureza;
- Cadernos de matemática — para registrar os princípios matemáticos que foram descobertos sob orientação;
Observe as palavras-chave nessas descrições: “suas”, “favoritas”, “pessoal”, “observações”, “descobertas”. Cadernos para autoeducação parecem muito diferentes das pastas de trabalho com as quais a maioria teve contato em nossos tempos escolares. Cadernos pensados para a autoeducação não são sobre encontrar e copiar a palavra ou frase correta do texto para preencher o espaço em branco. Eles não dizem à criança para colorir um desenho que outra pessoa desenhou ou para recortar e colar figuras que outra pessoa montou. Essas ações requerem um esforço mental mínimo.
Em vez disso, o tipo de caderno que oferece a melhor ferramenta para a autoeducação está em branco. Eles se tornam o que o estudante faz deles à medida que assimila o material por conta própria e registra o que chamou sua atenção, o que ele acredita ser importante, o que ele deseja lembrar e o que ele descobriu por si mesmo.
Esses cadernos são um tesouro. Eles se tornam um reflexo pessoal do conhecimento que molda a vida.
Se você quer se autoeducar, adquira o hábito de registrar suas descobertas.
Originalmente publicado por simplycharlottemason.com. Traduzido e usado com permissão.