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Charlotte Mason Como Ensinar as Disciplinas Literatura Livros vivos

Ensinando Literatura – Assunto por Assunto – Parte 9

Eu tenho organizado minhas estantes nas últimas semanas, tentando eliminar os livros duplicados. Geralmente as cópias duplicadas de um mesmo título não são um problema em uma casa em que todos leem muito, mas quando as prateleiras estão cheias e você precisa de mais espaço…  sacrifícios devem ser feitos.

A maioria das duplicatas em minha coleção são livros de literatura que foram adicionados à nossa biblioteca doméstica ao longo dos anos. E conforme eu puxo cada livro da estante, minha mente reflete sobre seus personagens. Eles são como velhos amigos para mim agora. Tenho que ficar me lembrando de que ainda tenho uma outra cópia; não é como se eu estivesse me livrando de todos aqueles companheiros íntimos completamente!

Isso é o que a boa literatura fará por você e por seus filhos: ela ganhará vida para suas emoções, acenderá sua imaginação e plantará sementes de ideias em sua mente. Isso formará uma conexão vibrante com o seu coração e afetará quem você está se tornando.

Retire o intermediário

Se há uma maneira de destruir a alegria de um livro bem vivo, é cortá-lo em pedacinhos com a análise e interpretação de textos. Bem, eu me lembro de alguns livros muito bons que foram designados para leitura em meus anos de colégio, meu prazer com eles enquanto lia e a subsequente decepção com toda a tediosa dissecação de significados ocultos, possíveis simbolismos e o detalhamento excessivo das estruturas do texto. Sem mencionar listas de vocabulário, resumos do enredo e avaliações de personagens. Parecia que o livro e seus personagens não estavam mais vivos em minha mente; eles se tornaram um objeto sob o microscópio. É difícil formar uma relação com um objeto.

Charlotte Mason defendia que deveríamos retirar o intermediário. Ela incentivou que seus professores apresentassem grandes mentes – autores, artistas e compositores – aos alunos e depois a saíssem do caminho. Portanto, faz sentido que os métodos que ela usou para a literatura fossem simplesmente ler e narrar.

Leia livros vivos

Escolha um livro vivo bem escrito – um que dê vida à história; aquele que alimenta a mente com ideias boas, amorosas e nobres; aquele que toca as emoções e desperta a imaginação; um que tenha resistido ao teste do tempo – e leia-o. Aprecie-o. Viva nele. Não vá o mais rápido que puder; tome o seu tempo e saboreie.

Sempre tivemos um livro lido em voz alta em família desde que meus filhos eram pequenos. Eu escolhi a literatura infantil clássica para começar e passei a partir daí para os livros de literatura clássica mais difíceis. Um capítulo por dia na maioria dos dias; alguns dias menos. A hora do dia que lemos mudou à medida que as crianças cresceram e os cronogramas mudaram. Mas a experiência compartilhada permaneceu, e eu não a substituiria por nada no mundo.

Com tantos livros bons disponíveis e o tempo limitado para a família ler em voz alta, também designo alguns livros de literatura para que os alunos mais velhos leiam por conta própria.

Narração

Quando meus filhos mais velhos são designados a ler um livro de literatura independentemente, peço uma narração. E para que você não tema que eles nunca saberão fazer qualquer tipo de análise de um clássico literário, deixe-me explicar que você pode encorajar um raciocínio e uma avaliação mais profundos pela forma como você formula perguntas para a narração. Certifique-se de manter as perguntas abertas, mas sinta-se à vontade para pedir-lhes que expliquem quaisquer comparações entre o personagem principal deste livro e o de outro que eles leram, ou peça-lhes para contrastar o enredo deste livro com outro. Em outras palavras, não se intimide com a discussão, mas dê a eles o benefício da dúvida de que eles estão colhendo muito por conta própria e não precisam ou querem que você analise as coisas por eles.

Para os livros que lemos em voz alta em família, não exijo uma narração. Quero que simplesmente curtamos esses clássicos juntos, compartilhemos a experiência, construamos memórias e armazenemos ideias comuns que unem nossos corações. Esses livros se tornaram amigos para a vida toda, e ficamos ainda mais ricos por tê-los lido.

Nota do Tradutor: Charlotte Mason exigia narração dos seus estudantes a partir dos 6 anos (1º ano), para os livros lidos durante as lições apenas, e não para os livros designados para leituras livres à tarde e aos fins de semana. Além disso, a narração oral se une às narrações escritas aos 9 anos, que depois tornam-se composições escritas, para os alunos mais velhos.

Veja aqui o restante da série Assunto por Assunto – Como ensinar cada disciplina no método Charlotte Mason.

Originalmente publicado por simplycharlottemason.com. Traduzido e usado com permissão.

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