Na semana passada, começamos uma discussão baseada no lembrete de Charlotte Mason de que o objetivo do aprendizado é o crescimento: “As crianças aprendem para crescer; não apenas para saber coisas” (Vol. 1, p. 171). E tiramos uma lição da Rã e do Sapo de que o crescimento é um processo natural nas condições certas. O crescimento acontecerá se nos concentrarmos em três coisas essenciais.
- Proporcionar a atmosfera correta.
- Retirar as ervas daninhas.
- Nutrir a planta.
Hoje vamos falar um pouco sobre proporcionar a atmosfera certa. O que isso significa? E o como isso se pareceria em nossas casas?
Proporcionar a Atmosfera Certa
Em um passeio recente ao shopping fui lembrada mais uma vez de como lojas diferentes podem criar atmosferas diferentes. Não estou falando de suas luminárias ou da cor de suas paredes.
A verdadeira atmosfera tem a ver com a maneira como você é tratado. Em algumas, você é bem-vindo; em outras, você é considerado um incômodo. Em algumas, você é visto como uma pessoa com um cérebro; em outras, você é considerado um tolo. Em algumas, você é um alvo; em outras, você é uma pessoa.
Atmosfera. É difícil identificar o que exatamente a cria, mas acho que Charlotte Mason nos ajudou a começar a entender quando ela explicou que as ideias que regem sua vida formam a atmosfera ao seu redor. As ideias que governam a vida do dono, do gerente da loja e dos trabalhadores criam a atmosfera que você experimenta ao entrar em sua loja.
Da mesma forma, as ideias que governam nossas vidas como pais criam a atmosfera que nossos filhos experimentam ao viverem em nossas casas. “A criança respira a atmosfera que emana de seus pais; a das ideias que governam suas próprias vidas” (Vol. 2, p. 247).
Portanto, a pergunta a ser feita é: Quais são as ideias que governam sua vida? Essas ideias afetarão tudo o que acontece ao seu redor, e seus filhos aprenderão com a atmosfera que você cria.
Situações naturais, cotidianas
Charlotte pensava que as situações naturais e cotidianas que se apresentam na vida doméstica são o terreno ideal para uma criança crescer, não em experiências educativas forçadas e artificiais, mas na vida comum.
“Está ali, sobre a criança, seu elemento natural, exatamente como a atmosfera da terra está sobre nós. É retirado, por assim dizer, de pessoas e coisas, agitado pelos acontecimentos, adoçado pelo amor, ventilado, mantido em movimento, pela ação regulada do senso comum. Todos nós conhecemos as condições naturais sob as quais uma criança deve viver; como ela compartilha os costumes domésticos com sua mãe, brincadeiras com seu pai, é provocada por seus irmãos e acariciada por suas irmãs; é ensinada por seus tombos; aprende a abnegação através das necessidades do bebê, a delicadeza dos móveis brincando de batalha e fazendo um cerco com o sofá e a mesa; aprende a venerar os idosos pelas visitas de sua bisavó; como viver com seus semelhantes pelos amigos que reúne ao seu redor; aprende a intimidade com seu cão e seu gato; o deleite nos campos onde crescem as borboletas e o maior deleite nos arbustos de amora preta. E, que “fusão de classes” temperada é tão eficaz como a intimidade de uma criança com seus superiores, e também com a cozinheira, a empregada doméstica, o ferreiro e o marceneiro, com todos os que entram em seu caminho? As crianças têm um talento especial para este tipo de intimidade geral, uma parte valiosa de sua educação; cuidado e orientação são necessários, é claro, para que os amigos admiradores não as tornem tolas, mas nenhum ‘ambiente’ composto poderia compensar este ar fresco, este vento saudável soprando de um ponto e de outro.” (Vol. 6, pp. 96, 97).
Mas sabem, ocorreu-me ao ler essa passagem, que o mesmo conjunto de experiências poderia acontecer em duas casas diferentes e criar duas atmosferas totalmente diferentes. Pense por um momento nas circunstâncias que ela mencionou:
- Tarefas domésticas,
- Brincar com o pai,
- Interação com os irmãos,
- Machucados e joelhos esfolados,
- Um bebê dentro de casa,
- Etc.
As tarefas domésticas, as brincadeiras e a interação em si não criam a atmosfera. O que cria a atmosfera é como você se aproxima desses acontecimentos cotidianos. Veja apenas a visita da bisavó que Charlotte mencionou. Em alguns lares, tal visita realmente ensinaria veneração, honra e carinho aos idosos; em outros, a visita seria considerada uma perturbação inconveniente e motivo de reclamação. A mesma circunstância, uma atmosfera totalmente diferente.
Você vê, mais do que qualquer outra coisa sobre seu lar, as ideias que regem sua vida criarão a atmosfera com a qual seu filho aprende e cresce. Portanto, em vez de nos debruçarmos sobre mais catálogos curriculares, talvez seja melhor passarmos um pouco de tempo considerando as ideias que governam nossas vidas.
Proporcione a atmosfera certa e seu filho crescerá.
Originalmente publicado por simplycharlottemason.com. Traduzido e usado com permissão.