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Charlotte Mason Educação em casa Métodos

O método Charlotte Mason pode ser utilizado por católicos?

Essa tem sido uma dúvida recorrente no Brasil. Convenhamos, Charlotte Mason ainda é muito desconhecida em nosso país. Temos, atualmente (Mar/2021), apenas um livro traduzido desta autora inglesa, de um total de seis livros de sua série sobre educação. Além disso, o que mais temos? Alguns vídeos no YouTube, Podcasts, alguns currículos ainda incompletos (incluindo o nosso) e artigos traduzidos em alguns poucos sites.

Diante desse cenário, ainda existem muitos preconceitos e dúvidas sobre o assunto. Criamos então esse texto, em formato de perguntas e respostas, para tentar esclarecer alguns pontos.

 

Charlotte Mason era protestante? Como ela poderia ser usada por católicos?

Charlotte Mason foi uma educadora anglicana do final do século XIX e início do século XX. Exceto para aqueles que usam um método eclético ou escolar, podemos dizer que a maioria das pessoas no Brasil seguem métodos criados por protestantes, como o método neoclássico da Susan Wise Bauer (A Mente Bem Treinada), do casal Bluedorn (Ensinando o Trivium) ou outros. Não deixa de ser interessante perceber que muitos dos críticos católicos de Charlotte Mason utilizam métodos criados por protestantes. E tudo bem, não há nenhum problema em utilizá-los, desde que se tenha consciência de que precisam também ser adaptados ao contexto católico. Há também aqueles que usam métodos criados por católicos, mas com práticas típicas de Charlotte Mason, como narração e livros vivos. Qual o problema disso? Também nenhum.

É importante também perceber que como anglicana do final do século XIX e início do século XX, Charlotte Mason está mais próxima dos católicos de hoje do que dos protestantes de hoje. Por exemplo, Charlotte em seu primeiro livro não cita tanto os reformadores quanta cita Santo Agostinho; em seus currículos ela não tinha problemas em utilizar como apreciação artística autores católicos do Gótico e do Barroco, escutar a música erudita de compositores católicos e também programar a leitura de livros sobres a vida de alguns santos; por fim, a educadora não tinha problemas em usar como inspiração de suas ideias educacionais o quadro “O Grande Reconhecimento” em que Santo Tomás, o grande doutor da Igreja, está no centro. Não estamos dizendo que Charlotte era uma “católica dissimulada”, mas que há alguma interseção, alguma empatia e nenhuma “militância anticatólica” em especial em seus escritos.

De toda forma, qualquer desacordo do método de Charlotte Mason com a visão católica pode ser adaptado ou deixado de lado. Estamos buscando adaptar o método Charlotte Mason, com suas ótimas ideias, para uma educação domiciliar católica, e ninguém tem o direito de dizer que somos menos católicos por isso. Aliás, não somos os únicos a fazê-lo. Esse método já é utilizado por católicos em outras partes do mundo há décadas. Como ensina a Divini Illus Magistri: “o professor cristão seguirá o exemplo das abelhas, que das flores colhem a parte mais pura, deixando o resto” e São Paulo “Examinai tudo. Retende o que é bom“.

E ainda, não nos esqueçamos de que não basta um bom método – no nosso caso, o método Charlotte Mason adaptado para o ensino católico. É necessário também um bom educador com boa intenção e fé reta, como diz a mesma encíclica: “é necessário esforçar-se para que não somente se aplique um método de ensino apto e sólido, mas ainda para que o próprio ensino nas letras e nas ciências seja em tudo conforme à fé católica”.

Mas esse não é um método protestante em si? Ele pode mesmo ser adaptado?

Nos escritos de Charlotte Mason não se vê nenhuma pretensão expressamente anticatólica. Como católicos, somos famosos por usar a verdade contida em outros lugares separando-as do erro. Por isso mesmo Santo Tomás pôde usar o pagão Aristóteles; Santo Agostinho pôde usar o pagão Platão; os jesuítas puderam utilizar-se de tanta literatura grega e latina pagã na Ratio studiorum; e assim por diante. Por isso mesmo podemos adaptar o método da Charlotte Mason para a nossa realidade católica. Afinal, o que há de inerentemente protestante em fazer narração, aplicar lições curtas, ler livros vivos, fazer estudo da natureza, utilizar um livro dos séculos etc? É realmente uma pena perceber que muitos dos católicos de hoje jogariam Aristóteles, Platão, Santo Agostinho e Santo Tomás na lata do lixo, por eles não seguirem seus checklists de ortodoxia católica.

Mas fazer essa adaptação pode dar certo? Bom, católicos do mundo inteiro tem usado o método Charlotte Mason por décadas – e não duvido de que a educação deles seja melhor e mais ortodoxa do que a nossa.

Não seria melhor usar livros de católicos, como o Didascálicon, o Catecismo da Educação, o Trivium da Irmã Miriam, os livros do Monsenhor Álvaro Negromonte, dentre outros, com autores célebres e católicos como Hugo de São Vitor, Santo Agostinho, Santo Tomás etc?

Esses livros não são sobre educação em casa. Eles certamente ajudarão na educação dos filhos em geral e na sua própria educação, mas te ajudarão pouco com homeschooling no sentido formal do termo. Por exemplo, como ensinar geografia, história, ciências e outras disciplinas com esses livros? Qual seria uma sequência curricular interessante para o domínio da linguagem? Como apreciar obras de arte com crianças? Nenhum desses livros trata desses temas de forma específica, mas Charlotte Mason tratou. Não nos entenda mal. Esses livros são ótimos e nós os temos, mas eles não apresentam métodos concretos para o homeschooling. Recomendar esses livros e ignorar  o valor de Charlotte Mason é como recomendar apenas livros de medicina geral, que são importantes, ignorando que um cirurgião, por exemplo, precisa de livros mais específicos.

Em outras palavras, Charlotte Mason foi uma educadora muito próxima a nós e muito prática, e para o bem ou para o mal muitos dos livros citados acima são gerais e pouco práticos. Ela foi uma educadora clássica do século XIX e XX com ampla experiência, pois educou dezenas de milhares de crianças em suas escolas. Ela apresentou toda essa experiência de forma detalhada em suas obras. Muitos dos livros citados na pergunta são apenas teóricos ou para adultos, carecendo de aplicação na prática do homeschooling.

Ok! E seu eu utilizar o “Homeschooling Católico: Um guia para pais”, da Mary Kay Clark, ou outros similares? Enfim, livros mais práticos.

Ótimo. Sempre incentivaremos as pessoas a estudarem e escolherem os métodos e práticas que se adequem melhor às suas famílias. Desde que você saiba que está usando um método escolar ou algo próximo disso, tudo bem. Graças a Deus e aos esforços de várias pessoas, temos muitas alternativas e métodos de educação. As famílias devem estudar e ver o que lhes agrada mais, sem com isso se julgarem melhores ou mais ortodoxas. Saiba mais sobre os diferentes métodos de homeschooling aqui e faça a melhor escolha para sua família, sabendo aquilo que está escolhendo não por meio de preconceitos, mas de forma consciente.

Eu prefiro usar o método clássico, sabe? E o método Charlotte Mason não é clássico.

Por aqui, nós defendemos que Charlotte Mason faz parte da tradição clássica de ensino, mais até do que aquilo que a maioria das pessoas chamam de “método clássico” nos dias de hoje. Para resumir, o Trivium aplicado às fases do desenvolvimento da criança, criado por Dorothy Sayers, que preferimos chamar de neoclássico, é algo relativamente novo na história e carece de base teórica, prática e de real tradição. Para entender melhor, leia o post que escrevemos apenas sobre esse assunto: Charlotte Mason faz parte da tradição clássica de ensino? Sim!

Mas Charlotte Mason não defende o evolucionismo e cita iluministas em sua obra?

Não vemos em que isso interfere exatamente nas suas práticas e filosofia de ensino. Isso seria como dizer que Aristóteles não pode ser usado, porque ele defende a escravidão. Mas a questão não é essa. A questão é: isso é algo essencial na filosofia de Aristóteles? Em que isso interfere em sua filosofia? Se interfere em algo, como podemos adaptar? Ou será que isso é tão essencial que teremos que realmente descartar Aristóteles por inteiro? Eu usei o exemplo da escravidão, mas sabe-se que muitas partes da ciência aristotélica já está caduca, entretanto ele permanece como um dos maiores filósofos já existentes. Charlotte Mason não pode estar errada em alguns pontos e ao mesmo tempo constar como uma das grandes educadoras da humanidade?

Deve-se entender que Charlotte Mason mesmo estando à frente de seu tempo em muitas ideias, também é fruto de sua época, tendo aderido a algumas ideias em voga.

Um dos livros mais lidos hoje pelos católicos, o “Catecismo da Educação”, também é repleto de citações de iluministas. Além disso, muitas dessas citações de Charlotte Mason, foram feitas em contexto de artigos em que, na verdade, esses autores algumas vezes são criticados, ponderados, analisados e não louvados indiscriminadamente.

Sejamos claros: não há nada inerentemente evolucionista nas práticas e na filosofia do método Charlotte Mason. Nem em seus princípios, nem na narração, nem nos livros vivos, nem no estudo da natureza, nem no caderno da natureza, nem nas formas de ensino das disciplinas.

Mas ela não recomendou a leitura de alguns livros evolucionistas em suas escolas?

Basta não utilizar tais livros. Até onde sabemos, os currículos Charlotte Mason, católicos ou protestantes, mais famosos internacionalmente repudiam esse evolucionismo e mesmo assim continuam usando o método.

Mas ela disse que as crianças deveriam ler a Bíblia diretamente etc…

Sim! Por isso nós complementamos os currículos dos anos iniciais com Catecismo, vida dos santos, hinos católicos etc. Para as idades mais avançadas, pretendemos complementar com apologética, história da Igreja, encíclicas etc.

Charlotte Mason não nega o pecado original?

Charlotte Mason era uma anglicana do final do século XIX e início do século XX, e como tal não negava o pecado original. De fato, a Igreja Anglicana estabelecia em seus 39 artigos de fé a declaração: “O pecado original não está em imitar Adão (como os pelagianos dizem), mas é a falta e a corrupção da natureza de todo homem que naturalmente é gerada pela descendência de Adão, pela qual o homem está muito longe da retidão original e é, pela sua própria natureza, inclinado ao mal“. (Referência: https://www.stbarnabasrec.org/the-39-articles). É o mesmo que nós católicos acreditamos.

As pessoas que fazem essa acusação baseiam-se em apenas um frase de toda a obra de Charlotte, retirada do contexto: “As crianças nascem pessoas. Elas não nascem boas ou más, mas com possibilidades para o bem e para o mal.” (Educação no Lar – Charlotte Mason, edição brasileira, pág. 18)

Ao dizer isso, a educadora britânica estava repudiando as correntes calvinistas de sua época e a teologia da “depravação total” que diz que já nascemos completamente perdidos e corrompidos desde crianças, ou seja, incapazes de possibilidades para o bem e para o mal. A doutrina da depravação total diz que somos de tal modo escravos do pecado que somos totalmente incapazes de exercer minimamente nossa vontade e liberdade, ou de fazer algo em relação à nossa própria salvação. Podemos ver como essa ideia se afasta da doutrina católica, na qual o pecado corrompeu nossa natureza, mas não a ponto de anular até mesmo nossa vontade e nos incapacitar para qualquer virtude.

Portanto, a frase de Charlotte Mason, se lida corretamente em seu contexto anglicano, está em consonância com a doutrina católica. Crianças são pessoas ou demônios? São pessoas ou anjos? São pessoas. Crianças nascem boas ou más? Nenhuma das duas coisas. Não nascem seres imaculados como se fossem seres angélicos, como querem alguns modernos, e não nascem quase como demônios como querem algumas correntes calvinistas. Crianças nascem com a mancha do pecado original, e, como tal, nascem com possibilidades para o bem e para o mal.

Para uma análise muito mais completa leia o texto: Fact Check: Did Charlotte Mason Reject Original Sin?

Entendi. Mas a frase não cita o pecado original.

A frase não está errada. Na verdade, está apenas inexata, pois não deixa claro que o pecado original nos deixa com uma tendência para os pecados pessoais. Entretanto, como Charlotte Mason era uma anglicana do final do século XIX e início do século XX, podemos (e devemos) ser generosos e entender que “possibilidade para o mal” também leva isso em consideração. Em sua frase, fica claro que uma criança tem possibilidades para o bem, ou seja, de seguir os mandamentos, de praticar boas obras, de buscar a virtude e a graça de Deus, assim como para o mal, ou seja, de fazer escolhas ruins, viciosas e pecaminosas. Também precisamos entender que Charlotte Mason não tinha pretensão de fazer teologia em seus livros sobre educação. Suas pretensões nestes livros são pedagógicas. Ela não era um Hugo de São Vítor e nem um Santo Tomás. Muito menos era católica para usar os termos doutrinais adequados.

Além disso, sua obra precisa ser lida como um conjunto, e não retirando frases do contexto maior. No volume 6 de sua obra, no capítulo 3, podemos ler: “todas as possibilidades para o bem estão contidas em seu traje moral e intelectual, podendo ser impedidas para cada potencialidade por uma tendência correspondente para o mal .

Por fim, se Charlotte Mason negasse o pecado original, isso teria consequências em sua teoria educacional. Mas em nenhuma parte se vê essas consequências. Por que ela falaria tanto em treinamento de bons hábitos se negasse o pecado original? Por que ela falaria tanto da importância da correção de maus hábitos? E por que falaria tanto da importância da autoridade, da correção e da obediência? Por que falaria tanto da educação da razão e da vontade? Ora, se uma criança nasce sem o pecado original, então já nasce boa, justa, virtuosa e repleta da graça de Deus, e portanto nenhum desses assuntos é necessário.

Enfim, todos os estudiosos das obras de Charlotte Mason deixam claro que esse é um equivoco comum que pessoas que não conhecem realmente a sua obra cometem.

Novamente, para uma análise muito mais completa leia o texto: Fact Check: Did Charlotte Mason Reject Original Sin?

Esse método pode ser considerado uma forma de unschooling, no qual as crianças devem crescer livres e seguir seus interesses?

Unschooling (desescolarização) não tem a ver com Charlotte Mason. São métodos diferentes.

No Unschooling, normalmente, não há currículo, e o aprendizado se dá à medida do interesse do estudante e à medida que os assuntos surgem na vida familiar. Charlotte Mason é um método estruturado, com definições para tempo por lições, disciplinas a serem ministradas etc. O método não prega que a educação deve ser guiada completamente pelos interesses intelectuais da criança. Pelo contrário, todas as disciplinas, horários e escopo dos anos escolares são bem definidos. Interesses específicos das crianças ficam para outro momento (normalmente, às tardes e nos finais de semana), não para as aulas formais.

Os momentos estabelecidos por Charlotte Mason para uma liberdade maior são a pré-escola (Charlotte Mason estabelecia uma educação formal apenas a partir dos 6 anos) e as saídas de campo (ou passeio na natureza), em que a criança deveria ser deixada mais livre para explorar, contemplar e descobrir. Entretanto, mesmo nesses momentos há espaço para algo direcionamento dos pais, o que é bem diferente de pregar uma liberdade irrestrita ou uma não intervenção absoluta.

Saiba mais sobre os diferentes métodos de homeschooling aqui.

Esse método nega a autoridade dos pais e educadores e preconiza que a criança deve crescer livre e sem orientação?

Charlotte Mason a todo momento diz que as crianças devem ter orientação e serem corrigidas quando necessário, não sendo portanto este um método que anula a autoridade dos pais e educadores. Por exemplo: “É necessário que a mãe esteja sempre alerta para arrancar pela raiz os maus hábitos que seus filhos podem estar aprendendo com os criados ou com outras crianças” (Educação no Lar – Charlotte Mason, edição brasileira, pág. 171)

De fato, ao ler os livros escritos por ela, você perceberá que ela enfatiza a necessidade de fomentar bons hábitos e de extirpar tendências e comportamentos ruins. A questão é que ela argumenta que o princípio de autoridade é fundamental e deve ser bem usado. Como a criança é uma pessoa, devemos respeitar sua personalidade. Não é ofendendo e desprezando a criança que conseguiremos desenvolver nela o hábito da obediência.

Vamos deixar mais uma frase de Charlotte sobre isso: “Essa tarefa de estabelecer trilhos rumo ao país inexplorado do futuro da criança é muito séria e responsabilizadora dos pais. Cabe a eles considerar bem as rotas pelas quais a criança deve viajar com proveito…” (Educação no Lar – Charlotte Mason, edição brasileira, pág. 162)

É verdade que o método Charlotte Mason não permite que haja uma abertura para os interesses dos próprios estudantes?

Isso também é falso. O método privilegia a eficiência, o hábito da atenção e as lições curtas. Charlotte Mason não era fã de “deveres de casa” para a maioria dos anos escolares. As avaliações eram feitas apenas no fim de cada trimestre. As aulas são dadas preferencialmente pelas manhãs. O resultado disso são muitas tardes livres para que a criança explore tanto a natureza, quanto leituras livres ou qualquer atividade que lhe interesse.

Eu li que esse não é um método integral. E a “Divini Illius Magistri” nos diz que precisamos de métodos que eduquem o homem por inteiro.

Se por integral se entende a educação intelectual, moral, física e espiritual, então Charlotte Mason é um método de educação integral. Inclusive gastando bastante tempo com arte, apreciação de música, canto, exercícios físicos, artesanato, assim como nas disciplinas comuns que conhecemos, como linguagem, matemática, ciências, geografia e história. Ela realmente tem estima pela educação do homem por inteiro. Vontade, razão, emoções, vida espiritual. Tudo isso é importante para os católicos e também para Charlotte Mason. Ela resumia a educação como “atmosfera, disciplina e vida”, ou seja, considerava não apenas a parte acadêmica, mas também os bons hábitos e a atmosfera do lar. Em nossa opinião, Charlotte Mason é um ótimo método para uma educação integral.

A Igreja é contra o “naturalismo pedagógico” e muitos dizem que Charlotte Mason era uma naturalista. O que dizer a esse respeito?

Quando o magistério da Igreja fala em “naturalismo pedagógico” está se referindo a concepções que negam o mundo espiritual. Naturalismo nesse sentido quer dizer “só existe este mundo, e tudo o que é sobrenatural pode ser ignorado ou negado”. Algo que realmente não tem nenhuma relação com Charlotte Mason, que fala abundantemente sobre Deus e sobre vida espiritual. Aqui a pessoa está confundindo o fato de Charlotte Mason advogar práticas como o estudo da natureza, passeios na natureza e diário da natureza como formas de estudo de ciências com uma ideologia chamada “naturalismo”, apenas por compartilharem um nome parecido. Isso é como achar que um Mico-leão-dourado é uma espécie de leão.

Dizem que Charlotte Mason é adepta da “Tábula Rasa”. Ou seja, que a criança é um quadro em branco ou um livro vazio a ser preenchido.

Vejamos o princípio 9 dos seus 20 princípios. Lá está claro: “Mas, a mente de uma criança não é um mero saco de guardar ideias; mas sim, se me permitem usar esta figura, um organismo espiritual, com um apetite por todo conhecimento.” (Educação no Lar – Charlotte Mason, edição brasileira, pág. 19). Esse princípio fala por si mesmo.

Depois de tudo, uma conclusão.

O método Charlotte Mason pode sim ser usado por católicos e tem sido usado, com sucesso, por católicos de todo o mundo há décadas. Há vários currículos católicos no exterior que seguem esse método. Acreditamos que a Charlotte tenha sido uma grande educadora, tendo grande importância para a humanidade, principalmente no âmbito da educação em casa.

Ninguém aqui está oficializando Charlotte Mason como sendo 100% correta, ou como tendo criado o melhor método para qualquer família. Mas precisamos ser justos e verdadeiros, e realmente estudar e analisar as coisas. Se queremos ser católicos, não podemos fazer acusações injustas, levianas e superficiais, ou mesmo acreditar em tudo o que nos é dito sem antes recorrer às fontes. Muitas das pessoas que fazem os questionamentos apresentados nesse post nunca estudaram verdadeiramente Charlotte Mason.

Por isso, deixamos aqui um convite a que as pessoas estudem a fundo os métodos educacionais, para que estejam totalmente seguras em relação às suas escolhas educacionais. Talvez você acabe se interessando pelo método Charlotte Mason e queria, assim como nós, construir um caminho diferente para seus filhos, com uma educação rica e de alta qualidade.

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