Charlotte Mason dizia que a “Educação é a Ciência das Relações”; com essa expressão, queria dizer que as crianças vêm ao mundo com um apetite natural por todo o conhecimento; com interesse ávido pelo passado heróico e pela era dos mitos, com um desejo aguçado de saber sobre tudo o que se move e vive, sobre lugares e povos estranhos, sobre o como e o porquê das operações matemáticas; com um desejo de lidar com materiais físicos e criar coisas; um desejo de correr, nadar, andar de bicicleta, remar e fazer tudo o que a lei da gravidade permite. Portanto, não consideramos lícito, nos primeiros anos de vida de uma criança, selecionar determinadas matérias para sua educação excluindo outras; dizer que ela não deve aprender Latim, por exemplo, ou não deve aprender Ciências; mas procuramos que ela estabeleça relações de prazer e intimidade com todos os interesses adequados a ela; não aprendendo uma noção superficial ou incompleta sobre este ou aquele assunto; mas mergulhando no conhecimento vital, com um grande campo diante dela que em toda a sua vida não será capaz de explorar, mas que é para ela uma região de interesse e deleite. Nesta concepção, obtemos aquele “toque de emoção” que vivifica o conhecimento, pois é provável que só o sintamos à medida em que somos colocados em nossas adequadas relações vitais.
Tradução de um trecho do artigo “A P.N.E.U. Manifesto”