Quando começamos a nos aproximar do Método Charlotte Mason e nos demos conta de que as crianças precisavam ter um tempo diário ao ar livre, isso se tornou algo muito importante para nós. Porém, na prática, não conseguíamos proporcionar isso à nossa filha de forma aceitável. Talvez por nossa própria falta de prática no assunto. Moramos em uma capital e nossa vida, desde que entramos na vida adulta, sempre foi trabalhar, estudar e cumprir deveres, em uma correria sem fim. Não havia tempo para relaxar o corpo e a mente.
Percebemos então que precisávamos estabelecer um hábito e aqui estão algumas das coisas que nos ajudaram e têm nos ajudado nesse processo:
1 – Encarar a saída ao ar livre como um compromisso: há muitas coisas em nossas vidas que são compromissos diários (tomar banho, fazer comida, escovar dentes, lavar louça…); em algum momento percebemos que se essa não fosse a nossa visão em relação à saída ao ar livre, nós sempre encontraríamos desculpas para burlar as saídas em detrimento de outros compromissos, e nunca conseguiríamos estabelecer um hábito.
2 – Estabelecer um horário mais ou menos fixo: atividades que têm horário para acontecer são mais fáceis de serem integradas à rotina, pois assim nós tendemos a reservar aquele horário e isso se torna um padrão em nosso cérebro; além disso, crianças gostam e precisam de previsibilidade para sentirem-se mais tranquilas e seguras; é claro que, algumas vezes, foi e é necessário sair em horários diferentes do habitual, mas isso tornou-se uma exceção.
3 – Ter um “kit para saída ao ar livre”: para nós, muitas vezes a hora da saída, principalmente das saídas mais longas, tornou-se um caos; isso porque era sempre necessário pensar novamente em tudo o que precisava ser levado e organizar tudo de novo; decidimos então ter uma espécie de kit contendo as coisas básicas para facilitar esse processo; nosso kit ainda precisa ser aperfeiçoado, mas as coisas que usamos habitualmente são pano para piquenique, bolsa térmica, alguns brinquedos, roupa extra, toalha de rosto, fraldas etc. Não levamos tudo isso em todas as saídas, mas a ideia é que tudo já esteja separado e junto para quando for necessário. Costumo também deixar comida pronta previamente no congelador para quando decidimos levar o almoço.
4 – Estabelecer locais para visitar habitualmente: pensar sempre em “aonde iremos hoje?” pode sobrecarregar a mente e causar desânimo; por aqui temos dois lugares de mais fácil acesso aos quais costumamos ir durante a semana; percebemos que isso é importante também para que a criança crie laços e boas memórias em relação aos locais próximos de sua casa.
5 – Planejar passeios mais longos e especiais periódicos: nós definimos fazer passeios assim 1 vez por semana (geralmente, aos sábados) e criamos uma lista dos lugares que gostaríamos de visitar; geralmente nós já temos mais ou menos uma noção do que precisaremos para fazer aquele passeio (é necessário ir de carro? Precisamos pagar entrada? É necessário fazer agendamento? Qual o horário de funcionamento do local?)
Enfim, esses fatores têm ajudado bastante por aqui. Gostou de saber da nossa experiência? Tem algo diferente que você faz por aí que poderia facilitar mais as saídas ao ar livre de outras famílias?