Na semana passada, destacamos os quatro métodos de ensino que Charlotte Mason recomendou evitar. Um desses métodos é a prática de dar notas.
Recebemos várias indagações de nossos leitores com ótimas perguntas sobre como evitar notas ou pontuações na prática. Então, vamos agora discutir sobre isso.
P: Se não atribuirmos notas por letras ou números, como avaliaremos se o estudante domina o assunto nos exames do final de cada período (ou termo)?
R: Você está certo, você deve avaliar os exames a cada fim de período letivo (e até mesmo avaliar as narrações) para saber quão profundamente o estudante domina o assunto. Agora, lembre-se de que quando digo avaliar, não quero dizer que você precisa necessariamente usar um sistema de notas por números ou letras.
Avaliamos as coisas o tempo todo na vida sem usar notas. Avaliamos novas receitas e determinamos se elas são boas. Avaliamos os livros e discernimos se eles são livros vivos como Charlotte ensina.
E podemos fazer o mesmo com as narrações de nossos filhos. Você saberá quão bem eles estão formando relações quando ouvir ou ler o que eles têm a dizer. Não limite sua avaliação a uma nota.
P: As notas não são necessárias para os registros acadêmicos?
R: Sim, algumas vezes as notas podem ser exigidas pela regulamentação estatal. E alguns estados podem exigir notas como parte de suas leis locais. Nesse caso, você pode atribuir uma nota ao trabalho de um aluno, mas não é necessário dizer ao aluno. (Obs: refere-se à realidade americana)
A principal preocupação de Charlotte era que a atenção do aluno se concentrasse nas notas e não no conhecimento. Se o seu aluno não sabe sobre sua nota, o foco se estabelece onde pertence – no próprio conhecimento.
“As crianças vêm ao mundo com alguns desejos inerentes, o desejo de poder, de louvor, de riqueza, de distinção, de sociedade e de conhecimento. A educação que apela ao desejo de riqueza (notas, prêmios, bolsas de estudo ou similares) ou ao desejo de se destacar (como na conquista de lugares, etc.), ou a qualquer outro desejo natural, exceto o conhecimento, destrói o equilíbrio de caráter e, o que é ainda mais fatal, destrói por inanição aquele desejo e prazer no conhecimento que é destinado para nossa alegria e enriquecimento por toda a vida” (The Story of Charlotte Mason , p. 246).
Originalmente publicado por simplycharlottemason.com. Traduzido e usado com permissão.