Charlotte Mason, Narração

O Poder de Uma Boa História – Narração de Sucesso Parte 2

Na semana passada, começamos uma nova série: cinco passos para uma narração de sucesso. Você se lembra dos cinco passos? Não se preocupe, vamos revisá-los com frequência enquanto falamos sobre eles nas próximas semanas.

É tentador pensar que podemos simplesmente abrir um livro, começar a ler, pedir a uma das crianças que nos conte o que aconteceu e pronto. Mas esse processo deixa de fora alguns componentes-chave que podem fazer a diferença entre apenas cumprir etapas e o aprendizado real. E, afinal, queremos que nossos esforços resultem em aprendizado real, certo?

Uma lição de narração que resulta em um aprendizado real tem cinco etapas:

  1. Escolha um bom livro vivo.
  2. Olhe para frente e para trás.
  3. Leia a passagem.
  4. Reconte a passagem.
  5. Discuta ideias.

Vamos falar sobre o Passo Um hoje: escolha um bom Livro Vivo.

O Poder de Uma Boa História

Vou postar duas histórias aqui, ambas contando sobre o mesmo evento. Leia ambos e veja o que você pensa sobre a pergunta que se segue.

Primeiro, apenas os fatos.

Fontes relatam que um homem não identificado foi agredido perto da estrada. Vários de seus pertences estão desaparecidos. Um homem de nacionalidade mista o encontrou e o levou a um hotel por perto para se recuperar e se ofereceu para reembolsar quaisquer despesas, de acordo com o gerente do hotel.

Agora os fatos contados em forma de história.

Um homem descia de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos de assaltantes, que o despojaram, espancaram-no e partiram, deixando-o semimorto. Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquela estrada, e quando o viu passou do outro lado. Assim também um levita, quando chegou ao lugar e o viu, passou do outro lado. Mas um samaritano, enquanto viajava, chegou onde ele estava e, quando o viu, teve compaixão. Ele foi até ele e atou suas feridas, derramando azeite e vinho. Então ele o colocou em seu próprio animal e o levou para uma hospedaria onde cuidou dele. E no dia seguinte tirou dois denários e os deu ao dono da hospedaria, dizendo: ‘Cuide dele, e tudo o que gastares a mais, eu te pagarei quando voltar’ (Lucas 10, 30-35).

Então, aqui está a primeira parte de uma pergunta de duas partes: qual dos dois relatos tem o maior potencial de ser lembrado?

Muito provavelmente você se lembrará melhor da forma contada como história. A razão pela qual a história vai ficar em sua cabeça é porque ela tocou suas emoções e incendiou sua imaginação enquanto você lia. Você foi capaz de imaginar a ação em sua mente – muito mais do que quando você lê apenas os fatos – e essa imagem visual terá efeitos duradouros.

Mas há algo mais… Sim, você vai se lembrar da história melhor e por mais tempo. Recordar é bom; mas lembrar de fatos não vai educar no verdadeiro sentido da palavra. Somente as ideias podem educar verdadeiramente a pessoa de forma integral.

Então, aqui está a pergunta de duas partes na íntegra: qual dos dois relatos tem o maior potencial não apenas para ser lembrado, mas para moldar você como pessoa?

Você notou como o primeiro relato foi despojado de lições de vida que nos educam como pessoas? Há um pequeno vislumbre na declaração facilmente esquecida sobre o reembolso. Mas quantas ideias estão escondidas na segunda forma? Tantas ideias que teriam sido especialmente pungentes para o público original: as posições dos que vieram e como reagiram; o status social de um samaritano e como ele era visto; ter compaixão por alguém que provavelmente o despreza; sujar as mãos e se sacrificar para prestar primeiros socorros; usar seus próprios bens para ajudar alguém que você não conhece; a quantidade de dinheiro e o que isso valia naqueles dias!

Agora temos algo para discutir além de simplesmente lembrar! Agora temos uma ferramenta poderosa para educar a pessoa como um todo.

Então, tudo isso é para dizer que o primeiro passo para ter uma aula de narração bem-sucedida é escolher o tipo certo de livro. O tipo certo de livro, um bom livro vivo, irá:

  • tocar as emoções,
  • incendiar a imaginação,
  • criar imagens mentais com suas palavras,
  • e transmitir ideias vivas, não apenas fatos secos.

Escolha um bom livro vivo e a narração virá facilmente.

Na próxima semana, explicaremos o Passo Dois: Olhe para frente e para trás.

Se você quiser ler mais sobre como escolher bons livros vivos, estas postagens do blog podem ser úteis:

Por que o método Charlotte Mason Prefere Livros Vivos e não livros didáticos?
Como Escolher Bons Livros
Escolhendo Livros Como Um Especialista
Fatos vs. Ideias

Originalmente publicado por simplycharlottemason.com. Traduzido e usado com permissão.

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