Charlotte Mason, Livros e Coisas, Livros vivos

Escolhendo Livros como um Especialista – Série Livros e Coisas. Parte 2

É bastante divertido observar os compradores no mercado. Alguns se aproximam de uma banca de frutas com medo e trepidação. Eles sabem que devem ser seletivos sobre quais mangas compram, mas não têm a mais nebulosa ideia de como dizer se está madura, ainda verde, ou se já passou de seu auge.

Outros mal dão uma segunda olhada para uma manga. Eles julgam que se está lá, deve ser bom para comer.

Depois, há aqueles que são peritos, especialistas em mangas. Eles não se importam em passar vários minutos olhando para as mangas, julgando cada uma com muito interesse pela qualidade delas.

Você vê as mesmas três mentalidades nas livrarias e nos corredores da biblioteca quando os pais escolhem livros para seus filhos. Alguns erroneamente assumem que qualquer livro nas prateleiras serve. Alguns querem selecionar apenas o melhor, mas não sabem o que procurar. E alguns sabem encontrar a fruta mais saborosa entre todas as outras.

Charlotte Mason estava nessa última categoria. Ela conseguiu identificar os livros deliciosos em um instante. O melhor de tudo, ela nos deixou suas dicas sobre o que procurar.

Como mencionamos da última vez, Charlotte usou livros como um meio de ajudar uma criança a formar uma relação pessoal com alguém ou alguma ideia. Mas nem todo livro pode fazer essa importante tarefa. Aqui está uma pequena lista do que Charlotte sugeriu procurar quando você estiver comprando livros.

1. Que façam com que o assunto ganhe vida.
Para fazer uma conexão real, uma relação, com uma ideia, ela deve tocar nossas emoções. Meros fatos secos não costumam realizar esse aspecto vital do conhecimento real. Procure livros vivos.

2. Que te coloquem em contato com grandes ideias de grandes homens.
Por mais que nós, pais, gostássemos de pensar que sabemos muito, há tanto que não sabemos. Portanto, vamos permitir que nossos filhos estabeleçam relações com grandes mentes do passado e do presente. A melhor maneira de entrar em contato com essas grandes mentes é lendo seus pensamentos. Procure ideias dignas nos livros.

3. Que sejam bem escritos.
Charlotte descreveu livros bem escritos com estes termos: “escritos com poder literário”, “uma palavra bem dita”, “pensamentos dignos, bem colocados”, “contos inspiradores, bem contados”. Procure livros escritos em bom e simples português (ou qualquer que seja sua língua) com um certo charme de estilo.

4. Que não sejam abobalhados.
Evite livros que apresentem “pequenas pílulas de conhecimento misturadas em um fraco diluente”. Livros bobos (abobalhados) rebaixam a criança e assumem que ela não consegue entender mais do que pedacinhos de informação. Procure livros que você, o adulto, também vai gostar.

5. Que deem às crianças a ideia de que o conhecimento é extremamente atraente e de que ler é agradável.
Em outras palavras, verifique tanto o conteúdo quanto o estilo em que ele é apresentado. Procure livros que darão a seu filho um amor por aprender através dos livros.

6. Que sejam o melhor que você puder encontrar.
Charlotte admitiu que às vezes é muito difícil encontrar o livro certo para a ocasião certa. Nesses casos, escolha o melhor que você puder encontrar e lembre-se de que essas são as exceções, não a regra. Procure o melhor do que está disponível no momento.

Ao contrário da fruta, quando você está escolhendo livros, não importa se são longos ou curtos, fáceis ou duros, velhos ou novos. O que importa é a qualidade. Agora que você sabe o que procurar, use estas diretrizes na próxima vez em que estiver nos corredores da biblioteca ou na livraria. Com um pouco de prática, você se tornará um especialista em livros.

 

Originalmente publicado por simplycharlottemason.com. Traduzido e usado com permissão.

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