Você já ouviu um debate furioso – ambos os lados defendendo seus pontos em vozes cada vez mais altas e discursos cada vez mais longos – e de repente percebeu que ambos estão errados?
Não é uma questão de qual dos dois lados está correto; é uma questão de nenhum dos dois estar correto. A visão correta é algo totalmente diferente.
Esse parece ser o caso da educação.
Um lado argumenta que a educação é dar às pessoas um conjunto de informações. Os alunos devem treinar, treinar, treinar até que possam recordar e recitar de forma rápida e consistente as informações corretas.
O outro lado argumenta que a educação deve enfatizar as habilidades práticas para a vida. Os alunos devem estar equipados para ganhar a vida no mundo real.
Esta semana, ao seguir o rasto de uma simples citação de Charlotte Mason, lembrei-me mais uma vez que ambas as visões populares ignoram o verdadeiro significado da educação.
NUNCA É DEMAIS REPETIR
Tudo começou quando encontrei outra frase com a expressão “nunca é demais” nos escritos de Charlotte: “Nunca é demias repetir que informação não é educação” (Vol. 3, p. 169). Um lado do debate simplesmente fracassou; a verdadeira educação não é apenas dar aos meus filhos um conjunto de informações.
Então, no meu diário desta semana, li outra referência sobre o que a educação não é: “A função da educação não é dar habilidade técnica, mas desenvolver uma pessoa” (Vol. 6, p. 147). Lá se foi o outro lado do debate. Ambos os lados estão errados.
Isso me fez pensar: se a educação não consiste em regurgitar informações e não se trata de adquirir as habilidades necessárias para conseguir um emprego, qual é o foco da verdadeira educação?
Foi então que comecei a pesquisar para ver o que Charlotte Mason dizia sobre educação. O que é a verdadeira educação? Apertem os cintos. Esta lista provavelmente será muito diferente da maioria das definições que você já viu.
Segundo Charlotte Mason, a educação é
- Desenvolver seu filho como uma pessoa única.
“A função da educação não é dar habilidade técnica, mas desenvolver uma pessoa” (Vol. 6, p. 147).
- Uma atmosfera, uma disciplina, uma vida.
“A educação é uma disciplina – isto é, a disciplina dos bons hábitos nos quais a criança é treinada. A educação é uma vida alimentada de ideias; e a educação é uma atmosfera – isto é, a criança respira a atmosfera que emana dos seus pais; a das ideias que regem suas próprias vidas” (Vol. 2, p. 247).
- Principalmente realizado em ambiente familiar.
“De longe, a parte mais valiosa da educação é realizada na família” (Vol. 3, p. 94).
- Não é tentar ensinar nada a seu filho, mas sim dar-lhe muitas oportunidades de estabelecer relações pessoais com pessoas e coisas ao seu redor.
“A educação é a ciência das relações; isto é, que uma criança tem relações naturais com um vasto número de coisas e pensamentos: por isso devemos treiná-la em exercícios físicos, natureza, artesanato, ciência e arte, e em muitos livros vivos; pois sabemos que nosso objetivo não é ensiná-lo tudo sobre qualquer coisa, mas ajudá-lo a tornar válidos tantas quantas forem possíveis —
‘Aquelas afinidades primordiais que ajustam nossa nova existência às coisas existentes.’ ”(Vol. 1, Prefácio).
- Dar ao seu filho interesses vitais em uma ampla variedade de assuntos.
“Nosso objetivo na educação é dar às crianças interesses vitais em todas as direções possíveis, porque o mal gritante do nossos dias é, parece-me, a inanição intelectual” (Vol. 3, p. 231).
- Orientar seu filho a aplicar a sabedoria.
“Algum dia nos dirão que a própria palavra educação é um nome impróprio que pertence ao estágio de pensamento em que o desenvolvimento de ‘faculdades’ deveria ser uma tarefa do professor. Teremos uma nova palavra adequada que significa, talvez, “sabedoria aplicada”, pois a sabedoria é a ciência das relações , e o que temos de fazer para um jovem ser humano é colocá-lo em contato, tanto quanto possível, com todas as relações que lhe são próprias” (Vol. 3, p. 75).
- Incentivar a vida útil, o pensamento claro, o prazer estético e na prática espiritual.
“Estamos empiricamente certos de que a principal função da educação é o estabelecimento de formas de pensar nas crianças que resultem em uma vida boa e útil, no pensamento claro, no prazer estético e, acima de tudo, na prática espiritual” (Vol. 6). , pág. 100).
- Mais sobre caráter do que sobre conduta.
“Nós que ensinamos devemos deixar claro para nós mesmos que nosso objetivo na educação é menos a conduta do que o caráter; a conduta pode ser alcançada, como vimos, por rotas indiretas, mas só tem valor para o mundo na medida em que tem sua fonte no caráter” (Vol. 6, p. 129).
- Alimentar o espírito do seu filho com o que é bom e saudável e, principalmente, com o conhecimento de Deus.
“A educação é parte integrante da religião e todo professor entusiasta sabe que está obedecendo ao preceito: ‘alimente meus cordeiros’ — alimente-os com todas aquelas coisas que são boas e saudáveis para o espírito de um homem; e, antes de tudo e incluindo complemente, o conhecimento de Deus” (Vol. 6, p. 246).
Então, da próxima vez que você ouvir o debate começar a se intensificar, da próxima vez que você começar a hiperventilar ao pensar nos próximas provas e vestibulares, da próxima vez que aquele amigo ou parente começar a expressar suas preocupações sobre suas prioridades, respire fundo e lembre-se do que é o mais importante:
A verdadeira educação…. muitas vezes é mal compreendida.
Originalmente publicado por simplycharlottemason.com. Traduzido e usado com permissão.